ANO LETIVO 2023 - ENSINO MÉDIO INTEGRAL (TI) NO NOVO ENSINO MÉDIO
ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIASCOMPONENTE CURRICULAR - BIOLOGIA
OBJETO DO CONHECIMENTO - O CONHECIMENTO CIENTÍFICO
Projeto de inserção de meninas na ciência é finalista de prêmio nacionalCoordenação de Comunicação Social do CNPq (Ter, 13 Out 2020)Fonte: http://cnpq.br/web/guest/noticiasviews/-/journal_content/56_INSTANCE_a6MO/10157/12972891
O projeto "Reflorestamento usando minifoguetes", realizado por adolescentes do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo, da cidade de Palotina, oeste do Paraná, é um dos dez finalistas do Prêmio Respostas para o Amanhã, instituído pela Samsung. O anúncio dos projetos finalistas foi feito na semana passada, 7 de outubro, e o resultado final será anunciado em novembro. O projeto foi desenvolvido no âmbito do Rocket Girls: Meninas na Astronomia e na Astronáutica, proposta financiada pela Chamada CNPq/MCTI nº 31/2018 - Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação, sob a coordenação da professora Mara Fernanda Parisoto, do Departamento de Engenharia e Exatas, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A idéia do minifoguete para auxiliar o reflorestamento da região foi posta em prática por três alunas do Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo, de Palotina, com orientação do professor Emmanuel Zullo Godinho e o acompanhamento da professora Mara Fernanda. As estudantes do 1º ano do Ensino Médio, de 14 e 15 anos, fizeram um protótipo com cano de PVC, ao custo de R$ 50. A intenção do grupo era produzir algo barato e efetivo. Assim, o trabalho poderia ser disseminado para ajudar o meio ambiente em outras cidades e países. O minifoguete utiliza combustível sólido, como pilhas, e sobe até 300 metros. A peça com as sementes se desencaixa no ar e desce até o solo, lançando as sementes e contribuindo, assim, para reflorestar áreas de difícil acesso.
Minifoguete leva sementes a áreas de difícil acesso - Foto: arquivo pessoal/UFPR
As estudantes pensaram no projeto depois que um incêndio atingiu o Parque Nacional da Ilha Grande, noroeste do Paraná, em 2019. O fogo destruiu mais de 60% de área de preservação ambiental. Uma das estudantes responsáveis pelo desenvolvimento do projeto, Estephany Cristine da Silva Alves, de 15 anos, conta que ficou agoniada de ver a reserva queimar. "Agora, saber que há esperança, que podemos melhorar e a floresta pode ter um novo começo foram os motivos que me atraíram para esse projeto", afirma ela. A equipe pesquisou quais eram as plantas nativas da região do Parque Nacional da Ilha Grande, onde o protótipo será lançado, e definiu que o minifoguete soltará sementes de pitanga e de ipê branco. A pitanga tem potencial para atrair animais. O ipê, por sua vez, é árvore de fácil germinação e pode criar um microclima para o desenvolvimento de outras plantas. O estudo parte do princípio de germinação como ocorre nas situações em que passarinhos soltam sementes enquanto voam. Além de Estephany, participaram da experiência Marina Grokorriski e Kawany Caroline Duarte da Rocha.
Estephany, Marina e Kawany participam do projeto Meninas nas Ciências - Foto: CAEAAC/UFPR
Para o professor Emmanuel Godinho, o estímulo à pesquisa ajudou a expandir os horizontes das alunas. "Sou professor, da área da pesquisa, e essa pandemia está provando para todos que a pesquisa é fundamental. Além disso, quando vejo essas crianças pegando gosto nisso, descobrindo, fico pensando o quanto isso é importante para elas pensarem fora da caixinha", diz ele. Para a aluna Estephany, participar do projeto foi uma oportunidade para ela considerar outros caminhos para a carreira profissional. "É uma grande conquista ter um projeto desse com estudantes mulheres. Vemos que estamos ganhando espaço em um lugar que é predominantemente de homens, isso é muito bom", completa ela.
Para a professora Mara Parisoto, coordenadora do Rocket Girls, a seleção do projeto do minifoguete em um prêmio como o promovido pela Samsung é importante porque ressalta o papel das meninas nas ciências e incentiva o ingresso de número crescente de mulheres nas carreiras científicas. A professora salienta também o papel social do desenvolvimento do projeto, que aproximou muito a universidade da escola e também permitiu que mais meninas se identificassem com aquelas envolvidas no projeto premiado. "Sem o investimento do CNPq nada disso seria possível. Com os recursos, a gente fez o foguete, a gente fez os propelentes. Sem o auxilio do CNPq a gente não teria conseguido esses resultados tão bons", completa a professora.
O projeto do minifoguete foi o único do Paraná a ser escolhido entre 1,7 mil trabalhos concorrentes ao prêmio Respostas para o Amanhã, da Samsung. O prêmio se encontra em sua 7ª edição, tem abrangência nacional e tem como propósito o estímulo e a divulgação de projetos de pesquisa científica tecnológica desenvolvido por estudantes do Ensino Médio de escolas públicas. O objetivo é o de contribuir para a formação desses alunos, de modo que eles considerem carreiras científicas como possíveis projetos de vida. Cada estudante das 10 equipes finalistas será contemplado com um Notebook Samsung. O professor orientador ganhará um Smartwatch Samsung.
O projeto
Contemplado pela iniciativa do CNPq de estimular meninas para o interesse em áreas de exatas, computação e engenharias, o Rocket Girls foi criado com o objetivo, ainda, de inserção social de meninas em situação de vulnerabilidade psicossocial e imigrantes em atividades que envolvam o uso, a produção e a difusão da Ciência e Tecnologia, além da a orientação dessas meninas nas atividades de pesquisa na área de Astronomia e Astronáutica, com projetos voltados para a construção de minifoguetes. O projeto também visa à aproximação das famílias com a escola, por meio da inserção de mulheres da comunidade escolar nas equipes de construção dos minifoguetes.
A iniciativa é voltada para estudantes de escolas públicas com maiores índices de evasão na cidade de Palotina e tem a intenção de voltar o interesse das alunas para as carreiras científicas.
Duas das metas iniciais da proposta do Rocket Girls eram a de se atingir pelo menos 50% de aprovação das meninas participantes do projeto em vestibulares nas áreas de Ciência e Tecnologia e a de reduzir, de forma significativa, a reprovação e a evasão das estudantes envolvidas no projeto.
A proposta recebeu do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) auxílio financeiro global no valor de R$ 25 mil e bolsas nas modalidades Iniciação Científica (IC) e Iniciação Científica Júnior (ICJ).
O Planetário como espaço de ensino de Ciências
Por Flávia Rocha Foto Acervo da Pesquisa
A vida em sociedade proporciona a todos os indivíduos um espaço de aprendizagem constante. Os conhecimentos adquiridos por meio de vivências constroem e moldam identidades e visões de mundo. Essas informações são aprendidas na escola, nos museus, por meio dos jogos de tabuleiro, até mesmo nas receitas caseiras que são passadas de pais para filhos.
Segundo o Ministério da Educação, há educação formal, não formal e informal. A educação formal acontece dentro de espaços institucionalizados, como escolas e universidades, e possui formação progressiva e avaliação anual de acordo com as diretrizes estabelecidas. É fiscalizada por órgãos superiores e possui uma hierarquia, com o professor no centro.
A educação não formal ocorre dentro de espaços específicos. Há os que são institucionalizados, isto é, possuem uma gestão por trás, como os museus. Há também os não institucionalizados, como praças, parques e bosques. Eles têm um responsável, que é a prefeitura, mas não têm nenhuma gestão pedagógica. Diferentemente do espaço formal, aqui todos podem participar, não há avaliações, e as atividades são mais flexíveis e dinâmicas.
Por sua vez, na educação informal, os conhecimentos não são sistematizados. Eles são transmitidos por meio de experiências e práticas vividas. Os agentes educadores são a família, os amigos, os vizinhos, os colegas da escola, o grupo religioso, os meios de comunicação em massa, entre outros.
Cada vez mais, essas modalidades se misturam, especialmente no ensino básico. “Em uma era em que a informação é abundante, novas formas de adquirir conhecimento afloram e invadem as salas de aula. Novos espaços são vistos como educativos, suas estruturas são repensadas para um público maior ou mais específico”, afirma o professor de Biologia Endell Menezes de Oliveira. Em sua dissertação O espaço não formal e o ensino de ciências: um estudo de caso no Centro de Ciências e Planetário do Pará, Endell buscou entender como ocorre o ensino de Ciências em um local de educação não formal.
Discursos estão alinhados com o modelo formal
Para a pesquisa, foram entrevistados oito estagiários do Centro de Ciências e Planetário do Pará (CCPP). Todos acadêmicos de cursos de Licenciatura em Biologia, Física, Química e Ciências Naturais, vinculados ao Centro de Integração Empresa Escola (CIEE). “Esses sujeitos foram escolhidos por serem a ‘imagem’ do Planetário, aqueles com acesso direto e maior interação com o público. Eles desenvolvem, diariamente, as principais atividades educacionais do espaço”, justifica o professor.
Fonte:https://www.beiradorio.ufpa.br/index.php/component/content/article?id=433