A instituição propõe uma ferramenta que permitirá aos pesquisadores, gestores ambientais e à sociedade em geral acompanhar o avanço do estado do conhecimento sobre a biodiversidade da Amazônia
Agência Museu Goeldi - Quantas espécies existem na Amazônia? "Parece uma pergunta fácil, mas é muito difícil responder quantas espécies existem aqui na Amazônia. É uma questão muito dinâmica, que depende de vários fatores. A todo tempo são descobertas novas espécies", responde a pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi - MPEG, Dra.Teresa Ávila-Pires, especialista em répteis.
A resposta a essa pergunta complexa está sendo estruturada no Censo da Biodiversidade, que foi lançado no dia 18 de maio durante o evento "A biodiversidade da Amazônia no contexto da Rio+20". O Censo é uma iniciativa da Coordenação de Pesquisa e Pós-graduação do Museu Goeldi realizada no âmbito do Programa Biodiversidade da Amazônia, com o objetivo de organizar e tornar público o conhecimento sobre a riqueza biológica amazônica.
É uma ferramenta a ser produzida colaborativamente pelos grupos de pesquisa que atuam na região para disponibilizar dados confiáveis, e atualizados regularmente, sobre as espécies da Amazônia.
O Censo inicia com as listas das espécies do estado do Pará, compreendendo 12 grupos da fauna e 3.813 espécies que ocorrem no território paraense. Os interessados podem conferir o nome científico, a família em que a espécie está inserida e, quando for o caso, a categoria de ameaça de extinção. As espécies da flora serão disponibilizadas num segundo momento, e deverão abranger duas bases de dados, uma de inventários florísticos e outra de coleções. Outros grupos biológicos também deverão ser agregados às listas até o final de 2012.
A meta do Censo é a disponibilização das Listas de Espécies da Amazônia brasileira e, mais adiante, do Bioma Amazônia, a partir de um trabalho em colaboração com as instituições e grupos de pesquisa atuantes na região.
O Censo também não será apenas uma Lista de Espécies. Ele deverá agregar com o tempo as informações sobre cada espécie, como exemplares disponíveis em coleções científicas, localidades de ocorrência, literatura relacionada, imagens, etc. O projeto também buscará a integração com as bases de dados em desenvolvimento no MPEG, como o SinBIO, e outras iniciativas, como o recém-lançado SIB-Br pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Mas, o desejo da instituição secular, referência obrigatória nos estudos amazônicos, é maior. O MPEG propõe esta ferramenta colaborativa como um mecanismo para a comunidade científica nacional apresentar seus dados sobre os demais biomas brasileiros.
Biodiversidade, ciência e sociedade – Com o esforço coletivo na elaboração das listas será possível perceber, ao final de cada ano, as direções do avanço no conhecimento, por exemplo, via aplicação de novos métodos de coleta, novas regiões inventariadas, etc. Esta sistematização de informações permitirá ainda análises e números preditivos da biodiversidade. Segundo a pesquisadora Teresa Ávila-Pires, o Censo da Biodiversidade será uma ferramenta de acompanhamento do progresso científico: "Com essas atualizações, a gente vai ter uma visão do progresso, de quantas espécies estão sendo descritas, quantas espécies que não sabiamos que ocorriam em determinada área.
As primeiras listas de espécies do Censo da Biodiversidade estão disponíveis no site: http://marte.museu-goeldi.br/biodiversidade/censo/aplicacao
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