terça-feira, 14 de agosto de 2012

Plantas medicinais da Amazônia em selos


Plantas medicinais da Amazônia em selos

Numa parceria com o Museu Paraense Emilio Goeldi, os Correios lançam, em Belém, selos com estampas da andiroba, da copaíba, da muirapuama e da unha-de-gato
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Agência Museu Goeldi - A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (EBCT) lança no próximo dia 15 de agosto, no Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, emissão especial de selos que focaliza as plantas medicinais brasileiras. A data marca mais um aniversário do Parque Zoobotânico, inaugurado num 15 de agosto há 117 anos.
De uso popular, as plantas compõem elemento fundamental da fitoterapia do país e, em particular, da Amazônia. Para selecionar as plantas que comporiam a série, os Correios convidaram a pesquisadora Márlia Coelho-Ferreira, da Coordenação de Botânica do Museu Goeldi.
A pesquisadora apontou a unha-de-gato e a muirapuama e permaneceu a sugestão inicial dos Correios para a andiroba e a copaíba. Todas são dignas representantes do conhecimento tradicional e de uso corrente pela população. Cada planta compõe uma lâmina e sua apresentação varia de acordo com a parte utilizada para consumo no tratamento de doenças diversas.
Importância - Plantas de uso do conhecimento tradicional, a andiroba e a copaíba são, para a pesquisadora, clássicos amazônicos. “Elas estão para a medicina tradicional amazônica, assim como a mandioca (ou a farinha de) está para alimentação da população da região”, diz Márlia.
Já a indicação da muirapuama, tem uma justificativa centrada na reconhecida capacidade adaptógena ou resistógena que combate o estresse e a fadiga guardando semelhança com o guaraná e a catuaba.
Segundo Márlia, “A introdução da muirapuama na Europa, particularmente na Inglaterra, remonta a 1920” quando foi incluída àBritish Herbal Pharmacopoeia – Farmacopeia Botânica Britância com indicações para impotência sexual e problemas circulatórios.
A unha-de-gato, reconhecida por sua aplicação em casos de dores articulares e musculares, tem a adicional importância por ser a única planta amazônica que consta da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS (RENISUS). Nesta lista, esta planta refere-se exclusivamente à Uncaria tomentosa, espécie alvo de muitos estudos farmacológicos.
“Divulgar ao grande público brasileiro, informações sobre espécies que considero de extrema relevância e potencial para a política de saúde”, representa o alcance de metas das pesquisas desenvolvidas por Márlia Coelho-Ferreira .
Reconhecimento - Os lançamentos de selos postais são importantes estratégias para homenagear e divulgar manifestações as mais diversas da cultura brasileira. Com emissão pela Casa da Moeda do Brasil, os selos têm valor monetário equivalente à postagem de carta comercial. São quatro os selos com tiragem de 75 mil cada.
Segundo a pesquisadora do Museu Goeldi, convidada a dar consultoria aos Correios, a empresa selecionou o tema das plantas medicinais pela sua importância e o reconhecimento e valorização atuais.
As plantas e o conhecimento tradicional, a elas associado, constituem um dos principais aspectos da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, criada em 2006.
De acordo com a Márlia Coelho-Ferreira, foi o pioneirismo do Museu Goeldi no estudo de plantas medicinais utilizadas na Amazônia e a atuação da instituição na área que levaram ao convite dos Correios. Para a ocasião do lançamento, a pesquisadora aposentada do Museu Goeldi, Elizabeth Van den Berg, autora do livro Plantas Medicinais da Amazônia, pioneira, na instituição, por seus estudos sobre plantas medicinais, é uma das convidadas da cerimônia.
Parceria proveitosa – A colaboração interinstitucional é considerada positiva por Márlia Coelho-Ferreira. “Para a instituição, em particular, é uma oportunidade para reforçar seu lugar no cenário científico nacional, mostrar sua capacidade de se abrir e interagir com os mais diversos setores, e de disponibilizar o espaço do Parque não apenas para atividades lúdicas,” explica a pesquisadora.
Para Márlia pessoalmente, o trabalho com os Correios é “uma grande oportunidade contribuir com as informações para o Edital dos Selos Fitoterapia Brasileira: Plantas Medicinais- Saber Popular, uma vez que trabalho com o tema e tenho por objetivo em minhas pesquisas esclarecer aspectos referentes aos conhecimentos tradicionais sobre as plantas de uso terapêutico e valorizá-los assim como aos seus detentores, em especial no contexto dos cuidados básicos de saúde”. 
Assista à entrevista com a pesquisadora Márlia Coelho-Ferreira sobre os selos comemorativos e as plantas medicinais no canal do Museu Goeldi no Youtube.
As plantas têm reconhecida aplicação dentre as populações tradicionais em regiões como a Amazônia e o Ministério da Saúde do Brasil também reconhece essa importância e admite oficialmente a eficiência de plantas medicinais como a unha-de-gato.
Emissão e comercialização - Dentre os lançamentos de selos pelos Correios, outro evento acontece na Amazônia. Da Série América: Mitos e Lendas, a empresa lança em Manaus no próximo dia 22, dois selos: um referente ao guaraná e outro à mandioca.
Todo selo emitido tem prazo de comercialização e os da série Fitoterapia brasileira – Plantas Medicinais Saber Popular serão vendidos até 31 de dezembro de 2015.
Os produtos  podem ser adquiridos na loja virtual dos Correios: www.correios.com.br/correiosonline ou na Agência de Vendas a Distância - Av. Presidente Vargas, 3.077 - 23º andar - 20210-973 - Rio de Janeiro/RJ - telefones: 21 2503 8095/8096; Fax: 21 2503 8638; e-mail: centralvendas@correios.com.br. Para pagamento, enviar cheque bancário ou vale postal, em nome da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ou autorização de débito em cartão de crédito American Express, Visa ou Mastercard.
Serviço: Lançamento da Emissão Especial da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos denominada Fitoterapia Brasileira – Plantas medicinais, Saber Popular, no dia 15 de agosto de 2012, às 10 horas, no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emilio Goeldi, Av. Magalhães Barata, 376, em Belém.
Vídeo: Luena Barros.
Texto e edição: Jimena Felipe Beltrão


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